Plásticos - uma nova fatia na roda dos alimentos?

Plásticos - uma nova fatia na roda dos alimentos?

Ao usares menos plásticos estás a comer menos plástico.

Atualmente são produzidos 300 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano, segundo o Programa das Nações Unidas para o Ambiente. Portugal produz resíduos plásticos acima da média europeia, mais de 40kg por habitante. A crise dos plásticos atingiu um patamar impossível de contornar apenas com a abolição de plásticos de uso único. Por isto, na Equal Food pretendemos lutar contra esta crise através de diferentes frentes.

É preciso desenvolvermos consciência relativamente ao impacto que as nossas ações podem ter no planeta e no nosso futuro. Na Equal Food a nossa missão contra o desperdício alimentar não exclui a nossa defesa pela sustentabilidade, alimentação acessível e saudável, e pelo combate contra as alterações climáticas. Queremos criar contigo essa consciência e desenvolver uma rede ecológica e sustentável. Podes integrar a nossa luta, e desfrutar dos nossos alimentos frescos, regionais e sazonais através da compra de um dos nossos cabazes livres de plásticos.

Parte do problema desta crise estaria a ser resolvida com a reciclagem destes produtos. Porém, apenas menos de 10% de todo o plástico fabricado é reciclado, porque os custos de separação e recolha dos resíduos são muito altos. De acordo com a Greenpeace, da produção mundial de plástico mesmo apenas 9% foi reciclado, 12% foi queimado e 79% acabou diretamente em aterros ou a afetar algum ecossistema.

É importante relevarmos a forma como a crise dos plásticos, para além de ser uma fonte de poluição e geradora de um problema climático, é também um problema de saúde e justiça social.

A maioria dos plásticos que poluem os oceanos são, efetivamente, de uso único, como garrafas, sacos ou pratos. De acordo com a ONU para a Alimentação e Agricultura, até 800 espécies de moluscos, crustáceos e peixes já possuíam plásticos nas suas cadeias alimentares no ano de 2016. Os dados fornecidos pelo Parlamento Europeu, em 2018, são também demonstrativos de que os oceanos já são habitat para mais de 150 milhões de toneladas de resíduos plásticos. E se nada for feito, até 2050 pode existir mais plástico do que peixes nos oceanos.

poluição nos oceanos

A invisibilidade dos microplásticos

Os plásticos começam agora a apresentar-se num novo estado: microplásticos. Como o nome indica, os microplásticos são partículas mínimas de plásticos com menos de 5 milímetros de diâmetro. Existem dois tipos:

  • os primários, provenientes de resíduos para uso comercial, por exemplo, em produtos cosméticos ou pastas de dentes, assim como microfibras provenientes de têxteis, como redes de pesca;
  • os secundários são partículas que resultam da deformação de produtos plásticos maiores, como as garrafas, através da força das ondas do mar ou da radiação do sol.

O grande problema dos mesmos é a forma fácil como têm chegado às nossas cadeias alimentares. São, frequentemente e facilmente, ingeridos pela fauna marinha, desde o plâncton às baleias. Ao entrarem nas suas cadeiras alimentares navegam nos bens alimentares da grande distribuição ou nas garrafas de água, e encontram, assim, um caminho para chegar às nossas mesas de jantar.

Em abril de 2022, era possível verificar, no jornal The Guardian, a confirmação da existência de microplásticos alojados nas cavidades pulmonares de seres humanos. Dos 13 pacientes que realizaram uma cirurgia foram encontrados microplásticos em 11 dos mesmos. Esta descoberta permitiu confirmar que os microplásticos podem viajar no nosso corpo através do sangue e alojar-se nos nossos órgãos.

O alojamento dos microplásticos nos nossos corpos pode ter repercussões na nossa saúde que ainda estão a ser estudados. Esta ingestão pode ter impactos no nosso sistema imunitário, a nível cancerígeno, hormonal, ou de desenvolvimento de doenças crónicas. Por exemplo, um estudo de 2021 feito no Brasil evidenciou que a origem da maioria dos microplásticos encontrados em autópsias são fragmentos provenientes de polietileno, um composto associado ao fabrico de sacos de plástico.

microplásticos

 

Como é que a Equal Food entra no combate contra a poluição? E como é que agimos na diminuição da pegada ecológica?

Os nossos valores são interseccionais e a nossa missão contra o desperdício alimentar assegura o nosso compromisso com a sustentabilidade.

Existem três frentes ecológicas principais na nossa luta contra o desperdício alimentar:

  1. Redução da pegada ecológica

Na Equal Food empenhamo-nos em minimizar a pegada ecológica no transporte dos nossos alimentos (im)perfeitos. Optamos por investir em agricultores e produtores locais e regionais, e projetamos as nossas rotas de forma otimizada. Ou seja, trabalhamos para encurtar o tempo de transporte e as consequentes emissões de gases do efeito de estufa. No nosso trabalho de redução da pegada ecológica recorremos também a entregas feitas, em parte, com recurso a veículos elétricos. Assim, pensamos e otimizamos as nossas rotas de forma a emitirmos o mínimo de emissões possíveis.

Podes verificar todas as zonas de entrega dos nossos produtos aqui.

  1. Parcerias sustentáveis

Relativamente às nossas parcerias com os nossos agricultores locais e regionais asseguramos sempre uma produção com a maior minimização de desperdício de água, solo e emissões CO2 utilizadas na sua produção. Procuramos consolidar uma cadeia de valor sustentável desde os nossos fornecedores até à entrega dos nossos produtos.

Se quiseres conhecer os nossos agricultores, as suas histórias e de que forma trabalhamos juntos podes encontrar mais informações aqui.

  1. Política de zero plásticos

Para além disso, minimizamos a quantidade de plástico usada para embalar os nossos produtos, sendo que os nossos cabazes são 99% das vezes livres de plásticos. Os nossos produtos são entregues em caixas de cartão reciclado, e todos os alimentos que necessitam do suporte de um saco, como os cogumelos ou os mirtilos, são embalados em sacos de papel que podem ser também eles reutilizados.

 

frutas e legumes

Acreditamos que podemos trabalhar juntos na luta contra o desperdício alimentar, e fazê-lo através de uma cadeia sustentável e ecológica. Livre de produtos processados, de plásticos de uso único, ou formas de transporte pouco conscientes. Se te revês nos nossos valores e queres contribuir para cadeias de valor mais sustentáveis, que perpetuem o teu futuro e te permitam comer de forma saudável, a Equal Food é a resposta.

Os ingredientes que chegam à tua mesa podem estar a sabotar o teu futuro. Não contemples uma existência embalada, usufrui da mudança que podes gerar: mostra aquilo de que (não) és feito.

 

poluição de plásticos nos oceanos


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